sexta-feira, 30 de maio de 2008

Ébrio (continuação)

...ele apenas se perguntava: "Quantas doses mais seriam necessárias para que ele a esquecesse??" Talvez essa pergunte não tivesse resposta e esse foi o motivo pelo qual ele continuou a beber. Naquele momento ele já se encontrava sozinho no recinto. Foi então que o que havia de mais inesperado aconteceu. Ela entrou pela porta e pediu para se sentar em sua mesa. Como ele, coitado, poderia dizer não? Era dificil até falar algo naquele momento, um pouco pela embriaguês, um pouco pelo que ela significava para ele. Não acreditando no que via ele a perguntou o que ela fazia naquele lugar e ela o respondeu que estava la por ele. Tudo soava cada vez mais surreal, mas a sua volúpia por amor era tanta, que não havia espaço para questionar o que ali acontecia. Começaram a conversar e ela lhe disse que sentia saudades e por isso o procurara e nesse momento ele desabou em um pranto tão sincero e emocionado quanto era possível. Ele havia reencontrado o tesouro que tanto lhe havia feito falta. Sentia uma alegria intensa, mas o inesperado ou quem sabe o mais esperado diante de toda essa loucura, aconteceu. O dono do bar o acorda batendo em seu ombro e pede para que ele pague sua conta e vá embora para que o bar possa ser fechado. E mais uma vez ele voltou para casa cambalhando e chorando como fazia todas as noites desde que ela o deixou...

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Ninguém sabe, ninguém viu...

-E ai guri, blz?
-Blz e você?
-Mais ou menos né, depois do que rolou não tem como ficar tranquilo.
-Rolou o que?
-Você não ta sabendo?
-Sabendo do que?
-Vish, você não sabe mesmo?
-Ta loco meu irmão, do que você ta falando?
-Nada, nada deixa pra la...
-Como assim deixa pra la, pode ir falando...
-Falando o que?
-Como assim o que, o que ta rolando.
-Mas o que ta rolando?
-Você não ta sabendo?
-Sabendo do que?
-Vish, você não sabe mesmo?
-Ta loco meu irmão, do que você ta falando?
-Nada, nada deixa pra la...
-É talvez seja melhor.
-Abraço, até mais.
-Até.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Vagabunda

Calada da noite, me ponho a pensar despropositadamente a respeito das coisas da vida. Em voltas e mais voltas recursivas na minha mente me vem uma só palavra: Vagabunda. Não atribuo o predicado a ninguém, apenas penso. Estranho como essa palavra a priori não significa nada, o que quero dizer com isso é que é uma palavra que não tem um significado propriamente dito. Pense comigo, quando chamamos alguém de retardado temos claramente na mente que essa pessoa não é, ao pé da letra, uma retardada no que diz respeito a sua capacidade mental, apenas a chamamos assim com o intuito de ofende-la, muitas vezes brincando. Agora quando falamos vagabunda não pensamos em um significado verdadeiro apenas a chamamos pensando no sentido vulgar da palavra: mulher que não se da o valor, ou algo assim. Dessa forma tento achar um significado verdadeiro para vagabunda e em meios a rodeios em minha mente lembro de uma expressão muito usada: "Vaga memória". Essa sim tem um significado bem claro. Essa expressão relata uma lembrança da qual não temos muitas informações, ou seja, uma pequena lembrança. Bingo!!! Achei o que queria. Chego a conclusão que "Vaga bunda" era uma expressão que se usava, antigamente, quando o objetivo era ofender uma mulher falando que ela tinha uma bunda pequena. Já explico. Provavelmente antigamente, como o é hoje, uma bunda grande era um objeto de desejo dos homens e instintamente bunda pequena não era algo interessante. Sendo assim a palavra vagabunda era usada nesse sentido, xingar mulheres mesmo que elas não tivessem uma bunda pequena, assim como usamos a palavra retardado mesmo sabendo que o alvo do xingo não é um retardado de fato. Maravilha, agora já posso dormir.

ps: Antes que perguntem, a explicação não se aplica a palavra vagabundo.