quarta-feira, 14 de julho de 2010

nostalgia

Aquela noite de verão, aquele abraço, aquele dia, aquela tarde de inverno.
Oi tudo bem? Quanto tempo!!!
Vamos marcar aquela cervejinha? Combinado então...
Esse dia nunca chega, e aqueles dias nunca voltam, se perderam no tempo.
Mais uma volta no relógio, mais um dia na história, mais uma história pra contar.
Um brinde a felicidade diziamos, certa vez, na mesa de bar. Um brinde a mim, a você, a nós.
Lembra daquele bar, pois é, fechou. Ele tinha história.
Guardava segredos, promessas, juras de amor.
Onde vocês estão hoje em dia? Ninguém mais tem tempo.
Memórias, memórias, memórias...
Prazer, me chamo nostalgia.

Domingo

Toca o telefone. Se você é um solteiro, a ligação é quase sempre inesperada. Pode ser alguém lhe cobrando algo, solteiros via de regra levam a vida no vermelho, pode ser algum de seus casos, pode ser..., pode ser... pode ser qualquer coisa. Só não será sua namorada, porque você é solteiro.
Isso por vezes pode ser considerada uma vantagem diante aos casados, por outras vezes será uma desvantagem.
Domingo a noite, frio, uma chuvinha chata lá fora, tudo que você mais queria era a ligação de sua "namorada" ou a presença dela para esquentar o frio.
Sinto-me feliz sozinho, mas tenho que me controlar com o alcool, parece que é uma substituição natural, ou melhor, uma equação pronta que meu cérebro insiste em colocar em prática: menos namorada igual a mais alcool. Isso a longo prazo pode trazer problemas. Nem cito aqui as ressacas avassaladoras por quais tenho passado.
Inegável que o sentimento de liberdade é impagável e que a solidão de domingo a noite é imprestável.
Não estou certo ainda o que me atrai mais, por enquanto sinto-me feliz na maior parte do tempo, o que já é louvável, e por hora me basta. Confesso que de certa forma me faz bem as tristes noites de domingo. Sentir-se triste uma vez por semana parece justo e necessário para que a alegria possa preencher os demais dias.
Quantos amores, quantas desilusões. Certas coisas nunca mudam.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Eu sou egoísta

É, é verdade, eu sou egoísta... egoísta demais para amar alguém além de mim. Ela um dia me disse isso, esbravejei e quis brigar, mas hoje posso ver... ela estava certa.
Não consigo me dedicar a alguém além de mim e deve ser por isso que também não faço falta as pessoas com quem já convivi.
Se eu fosse você, me afastaria de mim.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O cheiro do ralo

...
- Senta ai, é uma história comprida e eu vou tentar resumir pra você. Lá onde eu trabalho tem um banheirinho e eu tive um problema la com o ralo, começou a vir um cheiro ruim, um cheiro muito ruim. Eu comecei a ficar nervoso, irritado. Ai eu acho que comecei a descontar nas pessoas, na minha vida, sei lá.
- Por uqe o senhor não mandou consertar?
- Fui deixando passar.
- A vida é assim mesmo Seu Lourenço, a gente vai deixando as "coisa passa" e elas vão crescendo. No começo a gente não quer brigar porque é coisa poca né. Mas ai vai crescendo, crescendo... Que nem panela de pressão, uma hora explode.
- É isso mesmo... Quando eu comecei a trabalhar eu tinha que ser forte eu tinha que ser frio. Porque eu compro as coisas das pessoas e eu tinha que oferecer um valor bem baixo pra poder ter lucro. Mas no começo eu tinha pena das pessoas, mas eu não podia ter pena, se não eu não ia chegar onde eu cheguei. Ai eu comecei a ficar frio, cada vez mais frio, fui ficando cada vez mais frio.
- E o que o Senhor ganhou com isso sendo frio desse jeito?
- Não sei.
- É... Isso deve ser triste.
- Não sei se triste é a palavra certa.
- O Senhor quer mais um café?
- O Luzinete, eu vou aceitar viu.
- O Lourenço, aproveitar que a gente ta aqui conversando, tem oito anos que eu trabalho pro Senhor. Meu nome não é Luzinete não, é Josina.
...
(trecho do filme "O cheiro do ralo")

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Ébrio (continuação)

...ele apenas se perguntava: "Quantas doses mais seriam necessárias para que ele a esquecesse??" Talvez essa pergunte não tivesse resposta e esse foi o motivo pelo qual ele continuou a beber. Naquele momento ele já se encontrava sozinho no recinto. Foi então que o que havia de mais inesperado aconteceu. Ela entrou pela porta e pediu para se sentar em sua mesa. Como ele, coitado, poderia dizer não? Era dificil até falar algo naquele momento, um pouco pela embriaguês, um pouco pelo que ela significava para ele. Não acreditando no que via ele a perguntou o que ela fazia naquele lugar e ela o respondeu que estava la por ele. Tudo soava cada vez mais surreal, mas a sua volúpia por amor era tanta, que não havia espaço para questionar o que ali acontecia. Começaram a conversar e ela lhe disse que sentia saudades e por isso o procurara e nesse momento ele desabou em um pranto tão sincero e emocionado quanto era possível. Ele havia reencontrado o tesouro que tanto lhe havia feito falta. Sentia uma alegria intensa, mas o inesperado ou quem sabe o mais esperado diante de toda essa loucura, aconteceu. O dono do bar o acorda batendo em seu ombro e pede para que ele pague sua conta e vá embora para que o bar possa ser fechado. E mais uma vez ele voltou para casa cambalhando e chorando como fazia todas as noites desde que ela o deixou...

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Ninguém sabe, ninguém viu...

-E ai guri, blz?
-Blz e você?
-Mais ou menos né, depois do que rolou não tem como ficar tranquilo.
-Rolou o que?
-Você não ta sabendo?
-Sabendo do que?
-Vish, você não sabe mesmo?
-Ta loco meu irmão, do que você ta falando?
-Nada, nada deixa pra la...
-Como assim deixa pra la, pode ir falando...
-Falando o que?
-Como assim o que, o que ta rolando.
-Mas o que ta rolando?
-Você não ta sabendo?
-Sabendo do que?
-Vish, você não sabe mesmo?
-Ta loco meu irmão, do que você ta falando?
-Nada, nada deixa pra la...
-É talvez seja melhor.
-Abraço, até mais.
-Até.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Vagabunda

Calada da noite, me ponho a pensar despropositadamente a respeito das coisas da vida. Em voltas e mais voltas recursivas na minha mente me vem uma só palavra: Vagabunda. Não atribuo o predicado a ninguém, apenas penso. Estranho como essa palavra a priori não significa nada, o que quero dizer com isso é que é uma palavra que não tem um significado propriamente dito. Pense comigo, quando chamamos alguém de retardado temos claramente na mente que essa pessoa não é, ao pé da letra, uma retardada no que diz respeito a sua capacidade mental, apenas a chamamos assim com o intuito de ofende-la, muitas vezes brincando. Agora quando falamos vagabunda não pensamos em um significado verdadeiro apenas a chamamos pensando no sentido vulgar da palavra: mulher que não se da o valor, ou algo assim. Dessa forma tento achar um significado verdadeiro para vagabunda e em meios a rodeios em minha mente lembro de uma expressão muito usada: "Vaga memória". Essa sim tem um significado bem claro. Essa expressão relata uma lembrança da qual não temos muitas informações, ou seja, uma pequena lembrança. Bingo!!! Achei o que queria. Chego a conclusão que "Vaga bunda" era uma expressão que se usava, antigamente, quando o objetivo era ofender uma mulher falando que ela tinha uma bunda pequena. Já explico. Provavelmente antigamente, como o é hoje, uma bunda grande era um objeto de desejo dos homens e instintamente bunda pequena não era algo interessante. Sendo assim a palavra vagabunda era usada nesse sentido, xingar mulheres mesmo que elas não tivessem uma bunda pequena, assim como usamos a palavra retardado mesmo sabendo que o alvo do xingo não é um retardado de fato. Maravilha, agora já posso dormir.

ps: Antes que perguntem, a explicação não se aplica a palavra vagabundo.