sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Uma vida sem sentido

Se debatia na cama, a angústia por sua existência vazia lhe consumia vorazmente. Sentiu vontade de gritar, mas nem disso se sentia digno. Quis pedir ajuda, mas pedir a quem? Ele morava sozinho e levava uma vida medíocre, Acordava seis da manhã, tomava uma banho e depois um café preto, sem açucar, gostava de sentir aquele gosto amargo que o preparava para enfrentar mais um dia amargo daquela vida sem sentido. Vestia-se como um homem de bem e se encaminhava a seu emprego com um ônibus cheio de pessoas que assim como ele expressavam em seus rostos o desgosto pela vida. Trabalhava em um escritório de contabilidade, não era nada mais do que um robô a fazer contas das 8 da manhã as 6 da tarde, desconte destas horas o tempo de almoço que lhe era servido na própria empresa. Saia do trabalho e passava rapidamente no bar do Seu João, onde tomava uma cerveja, um rabo de galo e repetia a mesma frase de sempre em dias que não eram o dia do pagamente: Coloca na conta seu João, dia 5 te pago. E cabis baixo ia pra casa. Há tempos ele não sabia o que era uma mulher, a última que teve em seus braços foi uma prostituta barata que o resto de seu salário do mês retrasado lhe permitiu pagar. E toda noite chorava por saber que sua existência não tinha sentido. Mas nessa noite algo estava diferente, sentia que não valia mais apena continuar. Cansado de se debater em sua cama decidiu acabar com tudo de uma vez por todas. Então pegou uma banqueta e aproximou-a do guarda roupa para que pudesse pegar uma velha caixa de sapato onde guardava um revolver calibre 22 que havia comprado certa vez, para casos de emergência. Mas enquanto subia na banqueta a mesma quebrou e ao cair a perna quebrada da banqueta lhe furou as entranhas em um golpe único e fatal. Antes de morrer ainda pensou: Sou incapaz de acabar comigo mesmo. Sou um merda. E dessa vez Seu joão, o dono do bar, não recebeu o que aquele pobre homem lhe devia por aquelas tristes doses de álcool que suavizavam sua existência.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

As aventuras do Capitão Mandragon e seus marujos na Ilha do Méééé

Lá iam eles navegando no Escarlate Ohara, nau mais veloz do velho oeste, sob os comandos do Capitão Giuseppe Mandragon. A tripulação do Escarlate Ohara era composta por 20 bravos marujos:

-Primeira Dama Mayara
-Barba Ruiva
-Vina Hoff...
-Seu Luis Doidão
-Ghandi Garoto
-Gilberto Rola Froxo
-Pocahontas Goiabinha
-Claudinha Furacão (também conhecida como Tiago) braço esquerdo do capitão
-Carlinhos Coringa
-Andréia Medusa
-Rafael do Mééééé
-Tetê Maluco
-Ilan Maromba
-Valeria, Sra. Maromba
-Sr. Fábio Barango
-Sra. Erika Baranga
-Danibinha
-Evy
-André amigo do Jd. das Américas
-Kaoana

Tudo parecia calmo naquele começo de noite até que o Capitão pede a atenção de todos e fala com seu espanhol de invejosa perfeição:

- Marujos!!! Preparem-se, pois esta noche teremos una grande batalha.

Todos os marujos olharam-se por alguns instantes e continuaram em silêncio, a não ser o inconsequente Marujo Gilberto que falou meio sem querer:

-Rola froooxooo batalhar esta noite!!
-Marujos -Continuou o Capitão - La batarra será en una ilha próxima.

E mais uma vez o Capitão foi interrompido, mas dessa vez pelo Marujo Rafael que perguntou:

-Na Ilha do Méééé?
-Si Marujo, en la ilha del mé. Pero Marujos, mal-pressentimientos me atormentan la mente. Sinto el sangue correr en my pescoço. Mas no tengan miedo, lutem bravamente como siempre lo fizieran.

Assim, Capitão Mandragon pediu para que avançassem com toda velocidade para a Ilha do mé e pegando sua garrafa de run se recolheu aos seus aposentos.
Barba Ruiva olhou para seus companheiros e falou:

- Nossa, eu preciso dormir...

E todos foram unânimes:

- É verdade, você está com uma cara péssima!!!

Já estava escuro quando o Escarlate Ohara alcançou as terras firmes da ilha do mé.

- Marujos la batarra se aproxima, bebam muito run, pois bêbados não sentiremos la dor dos ferimientos de la batarra.

Foi quando ao ver inimigos se aproximando ao longe Rafael do Mé gritou:

- Capitão vejo os inimigos chegando!!!
- Então - disse o Capitão- Tragam mi capa vermelha.
- Mas porque capitão???
- Pois assim confundirão lo sangue de meus ferimientos com la capa.
- Mas Capitão, eles são mais de 1000!!!
- Então tragam mi calça marrom.

Nesse instante ouviram o marujo Tetê falar em voz baixa.


-Ihhhh!!! O Capitão vai libertar o Mandela.

Os inimigos agora estavam próximos e a batalha era inevitável. O Capitão disse suas últimas palavras antes do grandioso confronto:

-Marujos, está és la noche mais preciosa de nuestras vidas. Estamos bêbados como nunca estivemos y iremos batarrar como jamás batalhamos. Senhores saquem sus espadas e matem até la suembra de nuestros inimigos. Hasta la vitória. AhhhhhhhhhhhhhHHHHH!!!!!!!!!!

Nesse momento Marujo Gilberto falou:

- Capitão não poderíamos bater uma lara antes da batalha? Comer uns mexiiiilhões com algas e alguns crustáceos????
- Eu quero um X-Caranguejo - Gritou Claudinha Furacão e começou a dormir.

Ao mesmo tempo tentando se acalmar e acalmar os marujos que estavam aflitos devido a quantidade de inimigos o Marujo Ilan sacou a viola e começou a cantar

“Diiizem que o seu coração, voa mais que avião.
Dizem que o seu amor, só tem gosto de fel.
Vai trair o marido, em plena lua de mel”

E assim correram para lutar contra os mais de mil inimigos. Em meio a corrida Barba Ruiva olhou para Pocahontas e disse:

- Oi moça, você tem goiaba na barriga?
- Porque? - ela perguntou
- Porque você parece um sonho!!!

A Primeira Dama Mayara nesse momento se indignou:

- Vai tomar no CUUUUU Barba Ruiva, seu mother fucker!!!!

E a luta começou. Vina e Pocahontas corriam e gritavam:

- Pra Frentiiiii!!!! Avantiiiii!!!!

Foi uma batalha sangrenta jamais vista nos livros de história. Depois de mais de 6 horas de combate encontravam-se os 1000 inimigos mortos e os tripulantes do Escarlate Ohara todos vivos e ainda bêbados. Vina Hoff... ainda batalhava com uma árvore em companhia da maruja Pocahontas e ambos cantavam:

- Quero parar mas não consigo... Quero parar mas não consigo... Quero parar mas não consigo...

Após vencerem a batalha, os piratas do Escarlate Ohara, descobriram um depósito inimigo recheado de comida, havia la muitos mexilhões, algas e crustáceos. Então Marujo Carlitos exclamou:

- Nunca mais passaremos fome!! Oh, Escarlate Ohara!!

FIM

domingo, 2 de setembro de 2007

Ébrio

La ia ele pelas ruas da cidade, sedento por uma dose de algo que lhe fechasse a ferida. Andou despropositadamente durante alguns minutos quando inesperadamente encontrou seu oásis, por assim dizer, e entrou sem cerimonias. Acho que chamar aquele lugar de buteco era quase uma ofensa aos outros butecos, no entanto havia la uma mesa de sinuca e alguns bêbados conversando acerca de assuntos que nem mesmo eles entendiam. Então pediu sua dose e sacou uma ficha de sinuca. Pensou em chamar alguém para jogar com ele, mas não queria ter que conversar com ninguém naquele momento. Então por alguns minutos praticou suas tacadas. Sentia-se um pouco aliviado depois daquela dose e daquele jogo solitário. Sentou-se em uma mesa e passou ao ouvir o rádio, que reproduzia grandes clássicos do rock, acendeu seu último cigarro e pediu a segunda dose. Ele não sabia o que era, mas algo lhe dizia que a noite seria longa. Não demorou muito e as doses foram se multiplicando e depois da quarta, quinta ou sexta (não era fácil fazer contas nesse momento) ...

(continua)